Quem é o 8º Rei de Apocalipse 17? Redux

22/05/2025 15:39
                     
 
³ E levou-me em espírito a um deserto, e vi uma mulher assentada sobre uma besta de cor de escarlata, que estava cheia de nomes de blasfêmia, e tinha sete cabeças e dez chifres.
⁴ E a mulher estava vestida de púrpura e de escarlata, e adornada com ouro, e pedras preciosas e pérolas; e tinha na sua mão um cálice de ouro cheio das abominações e da imundícia da sua fornicação;
⁵ E na sua testa estava escrito o nome: Mistério, a grande Babilônia, a mãe das prostituições e abominações da terra.
⁶ E vi que a mulher estava embriagada do sangue dos santos, e do sangue das testemunhas de Jesus. E, vendo-a eu, maravilhei-me com grande admiração.
⁷ E o anjo me disse: Por que te admiras? Eu te direi o mistério da mulher, e da besta que a traz, a qual tem sete cabeças e dez chifres.
⁸ A besta que viste foi e já não é, e há de subir do abismo, e irá à perdição; e os que habitam na terra (cujos nomes não estão escritos no livro da vida, desde a fundação do mundo) se admirarão, vendo a besta que era e já não é, ainda que é.
⁹ Aqui o sentido, que tem sabedoria. As sete cabeças são sete montes, sobre os quais a mulher está assentada.
¹⁰ E são também sete reis; cinco já caíram, e um já é; o outro ainda não é vindo; e, quando vier, convém que dure um pouco de tempo.
¹¹ E a besta que era e já não é, é ela também o oitavo, e é dos sete, e vai à perdição.
Apocalipse 17:3-11
 
Nos anos recentes, os símbolos de Apocalipse 17 têm desafiado os intérpretes. A multiplicidade de interpretações reflete a complexidade da visão. Nós mesmos, no passado, chegamos a ponderar que a profecia dos 8 reis referida em apocalipse 17 poderia apontar para o número de papas que se seguiriam após o Tratado de Latrão, que constituiu o Vaticano como uma efetiva monarquia absoluta.
Morte de Francisco I
Mas com a morte de Francisco I e ascensão de Leão XIV percebemos que essa interpretação não se encaixa com o que a profecia revela, pois Leão XIV não é alguém “que era, mas já não é”, como mencionado na profecia que identifica taxativamente o 8º e último rei. Sendo assim a profecia deve ser revista à luz dos novos dados.
 

Reis são pessoas?

Realmente, vendo agora após a morte de Francisco I, os reis da profecia dificilmente poderiam ser individualizados quando olhamos para o contexto geral da escritura. É verdade que o Vaticano apresenta todas as caraterísticas da “mulher” (que significa igreja na Bíblia) que se assenta na Besta e isso acontece porque o Vaticano também faz parte dessa "besta", e por isso existe alguma dificuldade na análise interpretativa, podendo ser confuso interpretar se se trata de um poder mais geral ou uma individualidade.
Mas se olharmos bem, no versículo 9 existe uma conexão dos reis aos montes onde a mulher está assentada, sendo que montes na Bíblia geralmente simbolizam “poderes”, “impérios” ou “forças”.
 

O Antigo Testamento revela o Novo

Ver a figura da besta de sete cabeças a partir do contexto do Antigo Testamento pode nos ajudar a entender melhor o enigma. Além disso, a pressuposição de que Apocalipse 12, 13 e 17 são visões paralelas deve ser levada em conta. Nos três capítulos, João descreve um símbolo comum: uma fera de sete cabeças e dez chifres que se reconfigura a cada nova visão.
Assim, o Antigo Testamento oferece um pano de fundo para a figura da “besta” vista por João. Por exemplo Ezequiel se refere às nações que escravizavam Israel com a metáfora da “besta”. O fim de cativeiro, quando Deus quebrasse o “jugo” de servidão, resultaria na destruição da “besta”. Isaías e Ezequiel também se referiram ao Egito com a figura do tannyin, ou “dragão” (Is 51:9, 10; Ez 29:3; 32:2), que é um paralelo da Besta em apocalipse. Jeremias chamou Babilônia de tannyin (drákon na Septuaginta), o qual esmagou Judá (Jr 51:34, 36, 37).
Mas sem ser demasiado exaustivo na análise Bíblica, o que agora nos parece claro é que os “Reis” da profecia apontam sim para os impérios que dominaram Israel desde o mundo antigo e não para individualidades.
 

Os 8 Reis são 8 impérios de domínio

Nessa perspetiva, os profetas velho testamentários proveem a identificação das primeiras entidades referidas pelo anjo: Egito, Assíria e Babilônia. Daniel ampliou essa lista ao acrescentar, após a Babilônia, a Pérsia, Grécia e Roma como poderes opressores do povo da aliança, os judeus (Dn 7:3-7, 11, 17, 19, 23; 8:4). O Apocalipse, por sua vez, retrata com a imagem do império romano, e com a figura da besta (Ap 13) o império romano dos papas, a Roma Papal que se lhe seguiu como grande poder mundial, ainda que oculto. Vejamos:
1º Rei: Egipto
2º Rei: Assíria
3º Rei: Babilónia
4º Rei: Pérsia
5º Rei: Grécia
6º Rei: Império Romano
7º Rei: Roma monárquica papal
Nesse caso, resta o oitavo rei a ser identificado.
João viu que a meretriz (que representa o sistema religioso que domina os impérios), estava “montada” na besta escarlate (Ap 17:3) e “sentada” nos “sete montes”, que são os sete impérios (Ap 17:9). O verbo grego usado nesses versículos é kathemai, que implica domínio e governo. Esse verbo foi usado por João 14 vezes em referência a Deus e a Cristo, que se assentam no trono celestial (ver Ap 4:2, 3; 5:1; 7:10, 19:4, 21:5). A meretriz estava “sentada como rainha” (Ap 18:7), naturalmente no trono dos reis/impérios. A besta escarlate não ostenta diademas, o que sugere que o poder dos sete reis, no momento enfocado na visão, é exercido pela mulher, que é o sistema religioso satânico e que é o próprio satanás que articula.
Assim, sete reis/impérios “carregaram” a mulher ao longo da história, dando suporte à religião falsa. A meretriz é acusada do sangue de “santos, apóstolos e profetas” (Ap 18:20). Entretanto, o poder empregado contra esses mártires não é da mulher, mas da besta ou dos reis sobre quem ela domina, ou seja, satanás e seu império das trevas espirituais manobra na terra por parte dos impérios mundiais instituidos.
Apesar de o dragão e as bestas terem sete cabeças que representam sete impérios, o anjo afirmou que um oitavo “rei” é previsto, como se implantado tardiamente na besta. “A besta que era e não é, também é ele o oitavo rei, e procede dos sete” (Ap 17:11).
O fato de o anjo dizer que cinco reis já haviam caído, um existia e outros dois ainda viriam (v. 10) sugere uma relação consecutiva e de certa semelhança entre os oito reis.
E isto faz sentido vendo que a revelação é dada a João e ele refere esses reis/poderes temporalmente:
 
5 caíram: Egipto, Assíria, Babilonia, Persa, Grécia
1 existe: Roma imperial (João vivia nesta época e por isso diz que “existe” ou “já é”)
1 virá: Roma Papal, e depois sim virá:
 

“O que era, mas já não é”

Sendo assim o que nos falta é identificar, diz-nos a escritura que é aquele que “era, mas já não é.”
Se o oitavo rei é semelhante aos sete anteriores e sobre ele também a mulher estará montada, esse será também um poder político-militar. Como o último poder histórico a “carregar” a meretriz, ele precisa ser capaz de formular decretos e perseguir os dissidentes da religião falsa em nível global. Assim, no clímax do conflito, a meretriz deverá encontrar outro rei/império com o qual também manterá a mesma relação de prostituição espiritual (Ap 17:2; 18:3).
 
O OITAVO REI
Quem seria então o oitavo império a dar suporte à religião falsa, no contexto do fim, quando uma nova união de Igreja e Estado criará um regime de intolerância?
Lemos em Apocalipse 17:11 que este rei é dos 7 anteriores pelo que com certeza existe uma ligação forte entre eles.
O que nos parece a nós, analisando a profecia neste prisma e vendo como a Nova Ordem Mundial terá de surgir derrubando o velho sistema, é que o 8º rei representará um novo sistema de poder político-religioso que nascerá do sistema do 7º rei, mas com outro tipo de poder e influência.
Enquanto vemos atualmente a Roma Papal de certa forma descredibilizada pelos seus dogmas e escândalos, o próximo império apesar de se basear nas ideologias ecuménicas “progressistas” dos últimos papados, romperá com o sistema atual para supostamente trazer um “novo” e revolucionário sistema ecuménico religioso mundial.
É aqui teremos a apresentação de supostos milagres e prodígios efetuados pelos seus líderes (Projeto Blue Beam), Falso Profeta e Anticristo com uma suposta revelação da “verdade”, mas que não é mais do que a mesma mentira reciclada.

E Quando?

O dia e a hora não sabemos, mas tudo aparenta para que não falte muito pois o mundo caminha para o caos e será desse mesmo caos que este sistema satânico se apresentará como o “solucionador de problemas”. Ou seja a máquina satânica provoca o caos e logo em seguida apresenta a "solução" para o mesmo, enganando milhões.
 

Conclusão

 
Sendo assim, o que a profecias dos 8 reis nos mostra é a precisão do encadeamento dos impérios mundiais e como no final deste que vivemos virá o último e derradeiro, e será este que levará o mundo à sua perdição.
Sendo assim, não individualizemos os reis, mas devemos ver o sentido mais abrangente da profecia no contexto geral da escritura.
Fiquem com Jesus!
 

Fonte:

O oitavo rei
https://www.revistaadventista.com.br/vanderleidorneles/colunistas/o-oitavo-rei/#:~:text=Sendo%20que%20as%20cabe%C3%A7as%20da%20besta%20escarlate,besta%20de%20dois%20chifres%20em%20Apocalipse%2013:11